domingo, 20 de novembro de 2016

Aos meus mais amados alpinistas



Perdão se não me encaixo na sua verdade. Não é por mal, mas não gosto de freios!
Quem diz entregar tudo ao Espírito não deve querer ter o controle nas próprias mãos...
Não deve temer o novo! Não deve podar a renovação!
Perdão se não me acho na sua montanha...
É que tenho encontrado a Deus num caminho menos íngreme, bem longe de estar acima dos outros...
Desta forma, nesta caminhada, procuro valorizar o desinstalar-se de um Deus que quis ser humano!
E, assim, permaneço neste mesmo plano!
Perdão se não me enquadro nas regras e mitos...
Se Ele nos deu o livre arbítrio, quem sou eu pra cercear, pra tornar finito?
Perdão, também, se por causa disto, você não consegue acreditar que, assim mesmo, considero seu caminho bendito!
Que sou capaz de entender, aplaudir, reconhecer e admirar quem se encontrou neste carisma...
Não é necessário um cisma, podemos todos nos amar, nos respeitar e apoiar no caminho, mesmo que sejam distintos...
Perdão se não me integro ao seu movimento...
Não é por querer, lamento. É uma questão de sentimento...
Há tantas formas de servir...
Há tantas formas de seguir o mandamento...
Há tantos caminhos a decidir...
O que seria de nós sem o diferente?
Abriríamos mão de nossa identidade de gente?
Entre os doze de Cristo, tantos duvidaram e tiveram medo...
Teve quem desobedeceu, quem traiu, quem tentou, quem desafiou, quem resistiu, quem se achou, quem fugiu...
E a cada um deles Cristo amou na sua liberdade de errar, de se arrepender, de voltar, de aprender, de amar...
Tirar isto de alguém é querer ser mais que o próprio Cristo...
E ninguém consegue servir a Cristo e ao poder...
Perdão, de verdade, se não me permito este alinhamento...
Eu tentei, mas não consigo...
Estou mais para um abrigo no meio da caminhada do que para um manual de "faça o que eu digo"...
Servir sem liberdade, pra mim, é um perigo!
É a escravidão disfarçada de bondade...
Se nem Jesus conseguiu a unanimidade, quem somos nós para impor nossa vontade?
Perdão, mil vezes perdão, mas coerência é busca de identidade!
Então, do alto de sua montanha, reze por mim!
Reze para que, no fim, nos encontremos em Deus...
No meu caminho continuarei rezando por ti e por cada um dos seus!
Se os princípios são diferentes, nunca duvidei que o destino seja o mesmo!
E se o Amor de cristo nos uniu, pela fé e pela comunhão, se somos de fato uma família, que maravilha, vamos aprender uns com os outros a beleza e a liberdade de ser cristão!

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