segunda-feira, 18 de julho de 2016

Pequenos poderes, enormes desastres....(foto meramente ilustrativa, tirada do google imagens, na internet) Em homenagem a Bruno Cartaxo!



A cidade de Salvador está mais bonita, ninguém discute!
O Rio Vermelho está muito bacana, ninguém discorda.
Então, quando os turistas chegam, nosso papel é mostrar a eles lugares que gostamos de frequentar e dos quais nos orgulhamos, propiciando experiências que eles guardem nos corações e nas lembranças.
Assim procuramos fazer no domingo passado com alguns parentes nossos que chegaram de Manaus. Um passeio pela cidade baixa, com direito à benção especial na Mansão da Misericórdia na Sagrada Colina do Bonfim,
um almoço maravilhoso no Recanto da Lua Cheia com vista panorãmica para a ponta do Humaitá, bolinhos de peixe, ensopado de camarão, moqueca de Dourado, visita à fabulosa loja de licores da Vó Nieta,
por do sol na avenida beira Mar e, como eles se encontravam hospedados no Rio Vermelho e a Sorveteria da Ribeira estava impraticável para estacionar, decidimos fechar com chave de ouro na A CUBANA do
recém reformado Mercado do Peixe. O ótimo estacionamento e o local agradável que se tornou após a reforma foi determinante na nossa decisão.
Ao chegar fomos recebidos por agentes da PMS responsáveis pelo estacionamento, compramos a cartela de 2 horas de duração, estacionamos e fomos até a sorveteria onde saboreamos o maravilhoso e tradicional produto.
Tudo dentro do script, bem agradável mesmo!
No momento de deixarmos o local, no entanto, um incidente com um dos agentes da transalvador quase pôs toda a boa imagem de nossa terra por terra...
Dentro de um estacionamento pago, da própria Prefeitura, um caminhão tentava rebocar(sabe-se lá porque) um carro que ali havia estacionado. Embora, desde o início, o fato em si de um caminhão-guincho estar invadindo um estacionamento pago
para rebocar um carro já tenha parecido bem estranho, o que causou indignação e até revolta nas pessoas que queriam deixar o local foi o fato deste veículo ter fechado literalmente a passsagem, impedindo cidadãos de bem, de exercerem seu sagrado e constitucional direito de ir e vir.
Pois bem. Ainda assim, tentando compreender e respeitar o "modus operandi" baiano, ficamos cerca de 15 minutos a esperar que a viatura concluísse a ação e rebocasse o tal veículo, coisa que não aconteceu.
Após esta espera desnecessária, eu e mais alguns motoristas nos dirigimos até o agente responsável pela inadequada conduta e educadamente questionamos se não era possível realizar a operação sem atrapalhar as outras pessoas que não tinham nenhuma relação com o fato.
Fomos recebidos de maneira arrogante, autoritária e ríspida pelo agente que simplesmente decretou, do alto de sua pseudo autoridade, que "ele estava trabalhando e quem não estivesse gostando que esperasse ele terminar ou então ligasse pra Neto, Fabrício ou Neri".
Diante da falta de preparo e de argumentação do referido agente, munidos do único escudo que tínhamos para nos defender, sacamos nossos celulares e filmamos tudo. O que estava ocorrendo, seu nome, o número da viatura, tudo registrado para tentar fazer aquele ser humano cair em si
e perceber o papelão que estava fazendo. O outro agente, parceiro dele, preferiu não se envolver mas era evidente que não estava concordando com o rumo das coisas. O motorista do caminhão também parecia cada vez mais constrangido com a situação, mas nem isso e nem os apelos,
alguns agora menos educados e pacientes do que antes, pareceram sensibilizar o responsável por aquela desastrosa operação.
Sinceramente pensei em determinado momento que a situação iria sair de controle e, realmente, senti-me envergonhado diante de nossos parentes de Manaus, com uma situação tão bizarra.
O tempo passando, o caminhão guincho na posição que ocupava não conseguia rebocar o veículo e só atrapalhava as pessoas que queriam sair ou entrar no estacionamento...
Ainda tentei mais uma vez o diálogo, apelando para os interesses dos comerciantes do local, que apostaram na iniciativa da prefeitura e estavam, sim, sendo prejudicados, na medida em que muitos carros desistiam de consumir ali porque o estacionamento estava fechado. Nada!
Tentei apelar para a sua consciência, alertando-o que alguém ali entre as buzinas poderia estar passando mal e que ele seria responsabilizado se algo pior acontecesse em função daquela decisão estapafúrdia. Nada!
Irredutível, o cidadão continuou a decretar que só sairia dali com aquele carro rebocado. E ponto final.
E talvez estivéssemos ali até agora se, por uma inspiração divina, o motorista do caminhão não tivesse manobrado para tentar uma outra posição de reboque. Ao fazer isto ele nos deu a brecha para exercermos nosso direito de cidadãos:
Sentamos impedindo a passagem do caminhão e, enfrentando a arrogância daquele agente do poder público, o desafiamos, com coragem e determinação, para que ele nos atropelasse e transformasse aquele caso de abuso de poder em chacina de pessoas de bem.
Na mesma hora o motorista pulou do caminhão, como se dissesse que não mancharia suas mãos com sangue inocente.
O descompensado agente saiu bufando como um doidivanas, bradando que iria chamar a polícia e que nós "seríamos presos por obstrução da lei". Com o espaço aberto da entrada e saída do estacionamento, o fluxo normal voltou a acontecer e uma fila de cidadãos indignados mas, ao menos, justiçados
pode enfim exercer seu direito constitucional de ir e vir.
Nossos primos do Norte, estupefatos, perguntaram se aquilo era comum por aqui...
Na saída, após também conquistarmos a liberdade de ir e vir, ainda pudemos escutar do outro agente da Transalvador, provavelmente indignado e perplexo como nós, o seguinte comentário de aprovação pelo que fizemos:
-É isso aí! A Via é do povo!
E nós, que amamos esta cidade e percebemos o quanto ela tem sofrido, ficamos a nos perguntar qual o sentido de tanta obra, se aqueles que devem dar o exemplo de postura e correção, com atitudes como esta, são os primeiros a depredar e dilapidar tudo o que se busca construir de positivo na imagem da nossa Soterópolis...
Lamentável!!!!

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