terça-feira, 19 de julho de 2016

Do outro lado do texto



Do outro lado do texto
alguém espreita meu tatear
eu, aprendiz de vivência,
sigo sem me acostumar
com as lições que a convivência
insiste em nos dar...
Você ri, me faz chorar
não entende que este penar
tem sua própria cadência,
tem seu próprio esperar...
Do outro lado do texto
você ainda vai se espantar
com a transparência
de alguém que só quer
se expressar e buscar
a coerência pra não
mais vacilar com a
própria essência...
Verso a divagar...
Universo a vagar
na incongruência
de quem não tem pra falar
nenhum resto de ciência...
Algo está fora do lugar!
Imerso e devagar
o poema é um lapso
da falência
de quem insiste
em negar
com frequência
a emoção
a lhe inspirar...
Desilusão ou demência?
A conclusão
na iminência
de chegar
e a experiência
de decifrar
e calar as coisas
pra si...
No silêncio
tudo é capaz
de falar...
O mudo, o gesto,
o sonhar!
O resto...
Apenas um caminhar
e o ecoar
de uns versos...
Onde é que tudo isso
vai dar?

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