segunda-feira, 20 de junho de 2016

Reencontro 2ºC




Que me perdoe o poeta, mas quem garante que o tempo não para?
Pergunta pra dois namorados num banco de jardim olhando as estrelas ou pra almas apaixonadas trocando mensagens num celular...
Pergunta pra velhos amigos que resolvem se encontrar depois de trinta anos, num restaurante ou numa mesa de bar...
Pergunta pra ver se o destino do tempo é sempre não parar...
Reunido hoje com colegas que não via há trinta anos, este tal "caboclo dos ponteiros" permitiu se dar um tempo...
Foram, de fato, 30 anos? Alguém sentiu mesmo este tempo passar? Ou, assim como eu, todos tiveram a impressão de que ainda ontem estávamos reunidos numa certa sala de um dos corredores do Vieira, sonhando um futuro impossível de adivinhar?
Quem poderia imaginar Chulipa declarando um amor platônico do passado? Quem poderia prever Elsinha já avó? Quem poderia imaginar Amarelo ainda namorando? Quem poderia imaginar que Lopo e ClauClau não estariam mais entre nós?
Durante um tempo que pareceu não correr apenas para nos permitir rever, abraçar, escutar e sorrir com colegas de sempre, minutos e horas se perderam na celebração de nossa própria história....
Emoção, alegria, saudade, risadas e lágrimas, curiosidade e nostalgia brindando este hiato no tempo, no exercício de reconhecer-se no outro, arte e ofício de revirar o próprio centro para encontrar lembranças perdidas nas gavetas da memória, nos porões do sentimento!
No cardápio, delícias de nossa juventude que fizeram questão se estar presentes, nos olhares e sorrisos que, de forma transparente, assim, de improviso, reuniram novamente nosso passado e futuro num mesmo presente que a Vida fez questão de nos dar!
Que me perdoe o poeta, mas hoje vi o tempo parar...
Parou pra nos olhar naquela mesa e deixar estar...
Tanto bem querer reunido é um belo motivo para o tempo pausar sua mania de nos apressar nesta agonia insana de experimentar a aventura humana de por aqui passar...
Que me perdoe o poeta, mas hoje o tempo parou pra lembrar....

Nenhum comentário:

Postar um comentário