terça-feira, 28 de abril de 2015

Sujeito oculto



Me despedaço
em silêncio
entre sonhos
fáceis...
Como exorcizar
um abraço
com mensagens
frágeis?
Como desprezar
um sorriso?
Como substituir
um colo?
Como virtualizar
um beijo?
O que temos
plantado neste
solo?
Qual o nosso
desejo?
Me destempero
em palavras,
entre planos
mudos...
Como menosprezar
o carinho?
Como minimizar
algum toque?
Como ridicularizar
a ternura?
Como abrir mão
do prazer de passear
pela rua...
De mãos dadas,
olhando a lua,
contando as estrelas,
testando os sentidos,
sentindo o vento,
sonhando o futuro,
pisando em terra e cimento
e tateando no escuro...
Me desconecto
do tempo,
pra ir além
do absurdo...
A viagem
é a fantasia
onde me escuto...
A passagem
é a poesia
onde me invento...
Me entrego, em tudo,
e enquanto luto,
Sou cego, surdo,
sou lamento...
Sou verbo, sou sujeito,
sou oculto!

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