Nenhuma espuma
sobre as ondas
o mar faz silêncio
entre as vagas
tão fundo é o segredo
no abissal mistério
que o azul escurece
entre medusas pálidas!
O que havia escrito
sobre a areia?
Alguma frase sobre
o infinito de uma praia?
Algum verso sobre
o sangue em suas veias?
O "hiato instante"
entre o aplauso e a vaia...
Nenhuma lamúria
choca-se nas rochas,
apenas o ronco grave
das marés!
O que o sol
guarda além dos montes?
Que horizontes
aguardam nossos pés?
O que havia escritos
nas lágrimas furtivas
dos olhos que se derramaram
pra fazer o mar?
Talvez a dor
de um coração partido,
talvez o amor
a se purificar!
Nenhum sinal
de luz nascendo do farol...
Somente a majestade nua
de sua silhueta
desafiando o esplendor
da lua
desenhando na elegante
sombra projetada
a surpreendente áurea
azul turqueza
do planeta...
Um castelo
metade inacabado
faz ecoar de suas torres
rumores de criança...
Ali, bem perto dele,
jaz a minha infância,
nas tênues lembranças
de um menino bom!
Que cores me trazem?
Que cheiro? Que som?
A risada companheira.
as duas covas sobre a face
a saudade inevitável
de um filho
olhando a superfície
do oceano
e achando o eterno brilho
de seu dom!
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