sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Orações de Natal



E o nome da virgem era Maria!
E o nome do varão era José!
E o verbo se fez carne e habitou entre nós!
Não que tenha relevância nenhuma pra minha fé, mas...
E se, de fato, Maria permaneceu virgem?
E se, de fato, José permaneceu fiel?
Não é legal pensar que o verbo que habitou entre eles foi amar?
Amar no sentido maior! No sentido da entrega, da partilha cega, do respeito!
De um amor insuspeito à própria missão e fé!
E, mais ainda, não é incrível que a gente possa exercer o papel de sujeito desta oração subordinada e amar assim também, além dos nossos próprios interesses e conceitos?
Abrindo mentes, corações e peitos pra nos colocarmos a serviço da oração principal, pra finalmente compreendermos o Natal...
Se assim o fizermos, o verbo amar habitará entre nós!
E não importará se o nome era Maria e se ela era virgem...
Não importará se o nome era José e se ele era varão...
Importará que todos somos irmãos, sem sexo, sem política, sem cor, sem religião
pra nos afastar ou dividir...
Importará que podemos dar as mãos!
Importará que uma criança dividiu a história com sua mensagem de amor! Que o verbo enfim terá habitado, de fato, entre nós, e o Natal passará a ser vivido,não somente celebrado!
Importará que fará muito mais sentido esta época do ano! Sem dúvidas, sem nenhum espaço para engano, perceberemos que esta experiência de paz, num mundo que se entenderá como família, é o objetivo final do plano, mas não só no Natal!
E se o nome da virgem fosse SIM?!
E se o nome do varão fosse POIS É?!
Que diferença faria? A "moral" da história mudaria?
E se não houvesse virgem? E nem varão?
E se fossem apenas dois irmãos, dois semelhantes, dois iguais, como de fato são?
Como, de fato, somos!!!!
A mensagem perderia seu valor?
A verdade perderia sua razão?
E se tudo for apenas uma questão de acolher?
Acolher uma idéia que chega, frágil como criança, e se submete aos homens...
Fazê-la crescer ou não? Dar ou não dar vazão ao seu desafio?
Amar ao outro como a si mesmo...
Encontrar-se no esmo da indimensão!
Revelar-se sujeito na oração!
Acolher este caminho! Escolher!
Sem nenhuma obrigação...
Gestar o próprio sim, desalojar-se de si, da visita ser ação: visitação!
E enxergar no outro o milagre...
E escutar do outro o mistério...
E embalar do outro o rebento...
Ave Maria...
Ave José...
Somos benditos frutos de seu sim e de sua fé!
Salve toda forma de amar que houver!
Mais uma vez é Natal!
No meio de nós o Amor está vivo...
E se Deus se fez humano e o Amor se fez divino, que este amor insano seja o nosso destino!
Este amor cigano, nômade, a pino, como a estrela a nos guiar mais uma vez para a esperança que nos alcança neste mês! 

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