Querido Chico (permita-me chamá-lo assim):
Ouso me dirigir a você sem pompas e cerimônias porque, além de já saber que você não é chegado a elas, você me deu o direito de tratá-lo com a intimidade de um irmão, ao se comportar como tal na sua visita ao Brasil.
Escrevo para agradecer muito por tudo o que fez por aqui e pela forma como fez! Seus exemplos de humildade, simplicidade, acolhimento, doçura e autenticidade tocaram profundamente o coração de todos aqueles que tiveram a oportunidade de acompanhar seu jeito amoroso de ser! E foram milhões, por aqui e por todo o mundo!
Escrevo também para dizer que tenho atendido o seu pedido e rezado por você, como quem reza por alguém da família. Tenho pedido a Deus que suas palavras e seus exemplos toquem as pessoas da igreja e as façam lembrar e perceber que ser coerente com o Evangelho de Cristo não é assim tão difícil. Basta que recordem o sacerdócio que abraçaram e o sacramento que receberam!
Aliás, sobre esta palavra, Sacramento, se formos buscar a sua definição exata, teremos: "Um sinal visível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para nossa santificação"!
Querido Chico, peço licença para afirmar, sem medo de errar, e com muita felicidade: inspirado por Deus, você tem sido um sacramento para nossa igreja! Num tempo de vaidades, egoísmos, ganância, radicalismos, intolerâncias, violência e exclusão, é muito bom ver, ouvir e sentir um sinal visível de Deus com a graça de se declarar pequeno demais para excluir quem O procura! Vinda de um líder esta declaração conduz o mundo, sem dúvida nenhuma, para um lugar mais santo!
Por favor, não se envaideça. Não te fará bem e não parece ter a ver com você. Apenas aceite como um carinho, uma ajuda de um Cirineu no carregar desta pesada cruz que assumiu ao se tornar o Papa dos pobres!
Pois é, querido Chico, ser pai dos pobres é ter uma legião de famintos e sedentos a espera de alimento. E alimento dos mais preciosos: o espiritual!
Nunca duvide que, seguindo neste caminho, você continuará nos alimentando e saciando a todos, leigos e clero, naquilo que é mais importante recebermos do representante de Cristo na Terra: Amor vivo!
É isso, querido Chico, que eu queria dizer!
Um recado simples, mas profundamente verdadeiro, vindo do coração de um católicoque sempre sonhou ver a igreja com uma prática mais alinhada ao discurso!
Vida longa e simples!
Você é papa no assunto!
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