Tem gente
que acorda
e vai pegar
uma onda,
a minha onda
é um papel
que me sonda
querendo tirar
seu véu!
E eu tiro, sim,
sem cerimônia,
pra ler a poesia
que existe alí,
antes mesmo
de alguém escrever..
Escrever!
Uma imensa onda!
Nela navegar
até a inspiração
virar espuma
e a tinta azul
do mar rabiscar
na areia branca
um poema
de ir e voltar,
ler e reler,
até compreender
que toda a poesia
da vida
cabe no horizonte,
esta ponte
que nos liga
aos mistérios
verticais
e que revela
o segredo da paz
entre os abissais
oceanos do tempo
e as celestiais
nuvens brancas
do sonhar!
Surfo na poesia,
num tubo do papel,
que, pra minha alegria,
de repente vira
uma luneta
com a lente
do sentir
e me faz descobrir
entre azuis politonais
o equilíbrio
pra entender as ondas,
decifrar as pedras,
compreender as praias
e, se por acaso cair,
mergulhar
em mim mesmo
e encontrar
a força pra emergir
no mesmo Deus
que me faz acordar
e ler no papel
tudo o que ainda
não escrevi!
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