quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Maktub



Assim está escrito
nos meus olhos:
que se apague
o que foi dito
e que se alague
de infinito
o horizonte
mais bonito
enquanto fito
o oceano
da ilusão!
Assim está escrito!
Está escrito
em minhas mãos
nas linhas destas palmas
nenhum mito,
nenhum rito
ao se juntarem
em oração!
Meu coração
é o templo
onde habito,
onde contemplo
tudo que existe
de bendito
neste restrito
território
da emoção!
Está escrito!
Sim,
assim está escrito,
que o corpo
se desarme
do conflito
e a alma
se derrame
na missão
de diminuir
o volume
do grito,
reduzir
as fagulhas
do atrito,
fazendo
do perdão
seu cavaleiro
favorito
e oferecendo
ao sentimento
o requisito
da razão!
Estranho
desabafo
manuscrito,
esquisito
contra-senso
da imersão...
Mas o que
é a vida,
senão
este vale
de contradição?
Uma sequência
de sinais,
todos eles
em negrito:
interrogações,
reticências,
pontos finais,
exclamações!
A vida é um livro
que edito!
Sim, pois assim
estava escrito!



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