quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Solos no caminho



Chamem todos os poliglotas
de idiotas!
Se não falarem a língua do amor!
Nomeiem os ignorantes
de sábios!
Se traduzirem um grito de dor!

Só os cegos podem ver
que muitas vezes os espinhos
dizem mais que muitas pétalas...
Só os loucos podem ler
as folhas que os ventos
escrevem no caminho...
Solo, sozinho,
piano em dó maior!

Juntem todas as vírgulas
e sílabas!
Não dirão mais que a luz!
Mesmo as palavras certas,
serão desertas...
Diante de um par de olhos azuis!

Só os surdos podem ouvir
todas as rezas que uma chama
pode fazer ao se consumir!
Só os poetas podem sorrir
com gestos sem movimento
que habitam a indimensão
do pensamento!
Solo, sozinho,
flauta em si menor!

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