domingo, 9 de setembro de 2012

Pegadas...



Não dá pra desenhar
nossas pegadas

sobre as rochas...

São os grãos da areia
que sabem mapear
nossos caminhos...

São como tochas
a iluminar os olhos
que tentam decifrar
o que escrevemos
em nossos pergaminhos!

Que meus pés
possam deixar
aos que virão
rastros de poesias
capazes de aquecer
o coração...

Sobre as rochas
uma flor se ergue
desafiando
sem explicações 
o concretismo
de quem reduz
a própria vida
a uma busca
por cifrōes!

Ondas virão,
dirão os empoleirados
sobre os bancos
e apagarão
as pegadas...

Sim, elas virão,
eu bem sei,
e embora apaguem
as pegadas,
voltarão ao mar,
modificadas,
contagiadas de poesia,
levarão a outras praias
estas pegadas,
como mensagens
engarrafadas,
salvando os náufragos
da solidão
e da nostalgia!


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