segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sobre poetas, amantes e loucos



Como definir os poetas?
Loucos amantes das palavras
em suas "câmeras secretas",
entre as quatro paredes
de uma folha de papel,
fazendo amor com as rimas
em maus lençóis com o universo
entre alguns versos
procurando na insanidade
algo que lhe redima?

E os loucos, como definir?
Poetas amantes das próprias mentes
em ruas nada secretas
presos na própria rede
que julgam ser os seus céus
fazendo amor com as idéias
nos atóis de um tempo submerso
entre fatos sempre adversos
procurando alguma verdade
nas próprias epopéias...

E o que dizer dos amantes?
Estes poetas loucos tão transparentes
e suas luas e juras secretas
livres na sua entrega
que molda o que se chama plenitude
fazendo amor com seus pares
faróis que são dos desejos diversos
onde se ousam, imersos,
decifrando as vontades
de suas densas virtudes....

Sim, William,
ser ou não ser poeta?
Ser ou não ser um louco?
Ser ou não ser amante?
Distante, bem distante,
no lugar mais distante de mim
devem estar as respostas
no encontro dos corpos sem vida
de Julieta e Romeu,
no desencontro do espírito em conflito
de Macbeth,
no reencontro das idéias
do Rei Lear...

Entre devaneios,
poesia e paixão,
ser ou não, William?
Esta é  a questão!
                                           

4 comentários:

  1. Obrigado Larissa, estamos todos sempre tentando crescer!

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  2. Lindo,irmão! Me remeteu a uma linda frase do Bardo em King Lear:-Ao nascer,choramos porque chegamos até
    este grande palco de loucos.Abraço,G

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  3. Sempre William...
    Grande frase!
    Grato irmão.
    Você ter gostado é sempre uma grande honra!

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