quarta-feira, 23 de março de 2011

Temporais e Porcelanas




temporais
são tão intempestivos
lembram explosões
de sentimentos,
gargalhadas, lágrimas,
gestos instintivos,
fortes vulcões
e intensos movimentos
de plataformas submersas,
imersas, muito além
de alguns olhares furtivos,
sem pressa,
ardendo em pensamentos
sempre abrasivos...

Gotas que se repetem,
ecos de nuvens,
estas leves e breves
manifestações femininas
que, de um instante para o outro,
transformam-se
em cinzentas felinas
e esquecem os tons pastéis
que lhes caem tão bem,
nas suas formas mais diversas,
perversas odaliscas no harém,
dançando com o ventre
sobre os homens
que se curvam aos seus pés...

A água se derrama
entre rios de mágoa e drama,
procurando o primeiro leito vazio
para deitar seu cio
no momento exato da trama
quem chama?
O que tanta água proclama?
Onde encontrar o fogo no frio?
Onde esquentar a neve
na lama?
A dama, a cama,
o complemento
do intenso e absurdo vazio
tão frágil como porcelana...

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