terça-feira, 26 de outubro de 2010

Napalm


Nenhuma palavra
agrava o silêncio e a dor
quando a indiferença
transforma ouvir em supor

A mão estendida
no ar ganha asas
antes de cair, vencida,
sobre a própria casa...

Procura um papel
escreve a mais linda frase
se atreve no céu
sonho kamikaze

Aquela nudez
talvez seja a dor maior
do choro à mudez
um solo em ré menor

Lançando chamas
sobre a própria imagem
manchando de drama
toda a paisagem...

Nenhuma palavra
consegue explicar a razão
na devastação da terra
a guerra é o pó que vem do chão

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