terça-feira, 31 de março de 2020

Quarentena



Ainda  é
tão cedo
mas dou
um jeitinho,
me viro
sem medo
do vírus,
sozinho,
trocando
segredos
com uma
taça de vinho
ouvindo
os sussurros
do casal vizinho...

Será que
já é tarde
pra gente
ter pena?
Ou ainda
arde uma chama,
quem sabe
um poema,
depois
da agonia
desta
quarentena,
a gente, talvez,
finalmente
entre em
cena!

E volte
a dar valor
ao calor
de um abraço...
E solte
todo amor,
reaprenda
a ter laços
E cante
até a dor
a angústia
e o cansaço
E plante
alguma flor
entre o tempo
e o espaço...

E olhe
para os céus
e agradeça
a Deus
Retire
qualquer véu
e mereça
os seus
A vida
é um carrossel
uma faísca
no breu
Não somos
nada mais
que projetos
de adeus...

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