Ah, se aquela mesa falasse...
Se aquele altar contasse
os segredos por trás dos homens...
Se suas batinas confessassem
seus medos e sua fome....
Ah, se as toalhas dissessem...
Se as velas revelassem...
Se as sacristias entregassem...
A hipocrisia de sacerdotes imunes,
auto-suficientes em seus delírios impunes,
tão distantes de sua missão...
Quantas condenações
haveriam aos exigentes juízes de plantão?
Quantas absolvições
existiriam aos excludentes ministros sem razão?
Quantas expulsões
conheceriam os poderosos pastores sem vocação?
O que se decidiria sobre servir a dois senhores
e separar o discurso da prática?
Como se compreenderia levantar bandeiras de mil cores
e celebrar a fé fria e estática?
Como se explicaria a fórmula matemática para alguns
e amorosidade enfática para outros?
A severidade eclesial além dos limites a muitos
e o colo maternal sem palpites a tão poucos...
Ah, se aquela mesa falasse...
E contasse sobre a conduta parcial e ambiciosa
de sentimentos mesquinhos, colocados como espinhos,
sobre a própria vocação...
Mercantilismo e comercialização, disfarçados em
comunidades em ebulição...
A força da imposição!
Seria então, uma "Venezuela" religiosa, na ditadura da religião?
Ou, quem sabe, uma aquarela voluptuosa, com todas as cores do perdão...
Missão, omissão, intromissão?
Se as paredes vomitassem os impropérios hereges de seus corações....
Se suas sedes vertessem os sacrilégios velados de suas contradições...
Quantas exclusões não veríamos???
Homossexuais, bissexuais, pedófilos, ladrões
impondo mandamentos em homilias e sermões
e, sem nenhum fundamento, negando a Eucaristia,
apontando direções...
O morno em suas mais vis manifestações!
Que a compaixão misericordiosa de Deus
lhes conceda seu perdão,
aos milhões!
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