quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A incomparável força destrutiva do ciúme...



Uma delicada indiazinha, no frescor de sua infância, foi até o velho Pajé de sua tribo
e lhe falou que tinha escutado a voz de "Tupã" na cachoeira mais próxima...
-"Você se enganou, pequena "Olhar de Luar"... Tupã só fala com os Pajés!
Respondeu com a firmeza de sua sabedoria o Pajé.
- "Mas Pajé, eu tenho certeza que era Tupã e ele me pediu pra te dizer uma coisa..."
Retrucou timidamente a pequena índia...
Cheio de ciúme e ira o Pajé vociferou:
- Você quer saber mais do que eu, que escuto a voz de Tupã todos os dias e dedico minha vida a isto?
Quem é você pra me dizer o que quer que seja, você que nada sabe sobre a vida e sobre as coisas de Tupã?
Afaste-se de mim!
Com os olhos cheios de lágrimas, a pequena "Olhar de luar" que tanto amava aquele Pajé se calou...
E se afastou dali com o coração muito ferido, acreditando realmente que não poderia mesmo ouvir Tupã.
Anos depois o Pajé, já perto da morte, lembrou daquele episódio, caiu em si e percebeu que não havia sido justo com a pequena "Olhar de Prata"
Então a chamou até ele, para saber qual teria sido o recado de Tupã...
Luar de prata, já crescida, o olhou com piedade e tentou lhe falar..
Mas já era tarde...Ele não podia mais ver nem ouvir...
A cegueira e a surdez haviam selado para sempre as portas de seu coração....

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