sexta-feira, 22 de junho de 2018

Desenvolvimento e consciência coletiva...



Em tempos de Copa do mundo, quando o planeta Terra, que já tem o formato de uma bola, assume sua paixão pelo futebol e parece esquecer, por semanas, suas diferenças de credos, sistemas econômicos ou inclinações políticas, é bem interessante constatar o quanto o jogo entre as quatro linhas consegue traduzir de nossa civilização global...
Ou será que é só coincidência o fato de os times que representam os países mais desenvolvidos terem um comportamento e uma consciência muito mais coletiva do que aqueles que representam países em fase de desenvolvimento ou subdesenvolvidos?
Com raríssimas exceções, a maioria delas facilmente identificadas com líderes que atuam no futebol do mundo desenvolvido, esta correlação é transparente...
Os times que representam países orientais, norte-americanos ou europeus, aqueles ditos do primeiro mundo jogam um futebol solidário, coletivos, aplicado, tático, no qual cada jogador conhece e se compromete com sua função para o sucesso de toda a equipe.
Já nas equipes que representam os países sulamericanos, latino-americanos e africanos, os jogadores têm um comportamento individualista, nada solidário e com pouquíssimo comprometimento tático.
O comportamento ético também, nestes times, é bastante questionável... Simulações, irritações, manifestações grosseiras de imaturidade diante do insucesso, desrespeito aos árbitros, deslealdade com colegas de profissão, tudo visando apenas um objetivo: se dar bem!
Ser o destaque, ganhar dinheiro, ser "o cara", ser o melhor, aquele que resolve, literalmente o "salvador da pátria de chuteiras"...
São estes que faltam aos treinos, que dão um jeitinho pra fazer um programinha em plena concentração, que tomam cartões de forma proposital para não estar presentes em todos os jogos, que fingem contusões, etc, etc, etc...
Verdadeiros eternos "moleques" inconsequentes e egocêntricos, que fazem de tudo para chamar atenção e, quando não conseguem, partem para a simulação ou para a agressão, como se ser ovacionado e glorificado fosse uma obrigação do mundo diante de seu talento (nem sempre tão diferenciado assim).
O tal jeitinho, que a gente tão bem conhece no Brasil, a tal vantagem, fica intensamente visível quando um desses "idolatrados" e "mimados" craques maculam a magia do futebol com atitudes irresponsáveis e nada exemplares...
Em tempos de Copa do mundo, quando o planetaTerra, que tem o formato de uma bola, assume sua paixão pelo futebol, estes jogadores e times parecem querer "enquadrar" o planeta às leis de seu egocentrismo...
Esquecem que o mundo é redondo, que a bola é redonda... e que nenhum dos dois vai se tornar quadrado...
Ao esvaziar do futebol e da copa o que há de mais bonito, esta integração pacífica em torno do esporte e seus valores mais importantes, não percebem que assumem para si mesmos o papel de "bola murcha"...
Impedidos de representar dignamente os verdadeiros talentos, aqueles que fizeram sua história com maestria dentro e fora do campo, estes milionários e mimados "craques" têm carreiras cada vez mais efêmeras, entrando e saindo da história deste esporte universal sem o brilho dos que, de fato, amavam mais a seus times, suas pátrias e ao próprio futebol mais que a si mesmos, independente do local onde houvessem nascido... Do Brasil à Hungria, da França a Portugal, da Holanda à Alemanha...
Com suas pernas tortas, sua elegância, seus lances inspirados, seus dribles desconcertantes, seus lançamentos milimétricos, fizeram o futebol brilhar e um planeta inteiro se apaixonar pela magia deste esporte...
Porque jogavam pelo time, para o time e com o time! Pensavam coletivamente!
Estes, sim, eram diferenciados...
Eram geniais...
São inesquecíveis!


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