segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sobre mágoas e perdão




Da mágoa
que cada um
carrega
no peito,
nenhum
ato humano
merece ir
pro leito,
quando lhe
faltam Amor,
fraternidade 
e respeito...

Quando se
quebram
os votos
com si mesmo,
todo abandono
traz noites
sem sono
nos corações
orgulhosos
andando
a esmo...

Perdidos
em suas 
contradições
sem sentido,
em suas
incoerências
inglórias,
se apagarão
das memórias
histórias
que se perderão
no vão do tempo,
e, com todo 
merecimento,
cairão no 
esquecimento
reservado
à torpeza
e à escória...

Que palavra
saída de suas
bocas hipócritas
será legítima?
Nem mesmo a pausa...
Quando não há
verdade em suas 
causas
e a vida,
generosa,
já houver
se repetido,
insistido
em lhe oferecer
outras oportunidades,
só haverá sobre
seus ombros
o peso de suas
responsabilidades...

O irmão esquecido,
a mulher enterrada,
o rebento perdido,
a esposa abandonada,
o filho deprimido,
a nora enganada,
o fruto apodrecido,
na vastidão do seu nada....

E o que haverá
construído?
O que haverá
de legado?
O que haverá
constituído?
Uma memória digna
apenas de ser apagada...

Poeira no vento...
Poeira no tempo...
Arrogância, orgulho,
riqueza, solidão...
No estômago o embrulho
da sua avareza de emoção...
E pra seu total desespero,
mesmo sem nenhum arrependimento,
uma mão que estende, 
oferecendo, imaginem,
perdão...

Infelizmente,
muito além do seu
próprio entendimento,
da sua devastação...

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