segunda-feira, 28 de março de 2016

Abril imprevisto




As águas
de março
estão indo
e agora
chegam
as folhas
de abril...
O que
escreverá
a história,
neste tempo
que ninguém
ainda viu?
O que
guardará
a memória?
Incertezas
à frente,
o outono
que chega,
lívido,
traz na
sua palidez
de insônia
mal disfarçada
aqui e ali
tons maquiados
do rouge
da vergonha...
Diante
da não renúncia
de si mesmo,
que se deponha
a angústia
dos que esperam
novos ares
de esperança...
Nos becos,
nos lares,
nas casas,
nos bares,
nas câmaras,
nos cubículos,
nas salas,
nos prostíbulos,
março se esvai,
sangrando
moribundo,
deixando
um verão
meio vagabundo
com fraquíssimos
sinais vitais
de justiça
e ética...
Diante
da turba cética,
sem rainha e sem rei,
uma ameaça
dialética:
querem punir
a lei!
Os ventos
de Abril,
o que trarão?
Eu não sei...

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