quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Tempos de retiro


Hora de retiro,
me refiro ao tempo
de buscar-me...
Encontrar-me
e revelar-me
no país dos tiros,
da patrulha
ensandecida,
das balas perdidas,
das idéias mortas,
das palavras mudas,
da expressão bandida...

Tempo de retiro,
me reviro em horas
de alarme...
Renovar-me
e controlar-me
no país do crime,
onde quem faz a lei
joga no mesmo time
de quem a detrói,
mas por que será
que isso me corrói?
Já devia estar
acostumado...
Mecanismo todo
aparelhado
pra chamar
de estado
o que não era
pra ser...
sequer cogitado!

Fase de retiro,
e num giro
exilo-me no
país de mim
mesmo,
andando a
esmo à procura
de um sim,
capaz de recompor
alguns pedaços
que cedi,
alguns abraços
que perdi
e que nunca
me pertenceram...
Embates que
me teceram
mais forte,
até o fim,
combates
que me valeram
a morte
de um coletivo
distante...
A sorte
é que estar
ainda vivo
nos permite
o aprendizado
de ser seletivo
e o privilégio
de ser errante!

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