quinta-feira, 7 de novembro de 2013

De quando em quando



De quando fui outono
trago folhas e folhas caídas 
sobre o solo da saudade
das lembranças mais queridas

De quando fui promessa
fito um oceano de idéias,
as placas de desvios da estrada
e as palmas e vaias das platéias

De quando fui verão
guardo o calor dos abraços
que pude distribuir com verdade
com quem pude estreitar os laços

De quando fui inteiro
somo o valor de mil partes
remetente, destinatário, carteiro
saturno, jupiter e marte

De quando fui inverno
conto o carvão das lareiras
coletes, luvas, ternos
e as meia-verdades inteiras...

De quando fui palavra
grifo os infinitos verbais
gestos particípios
a procura de paz

De quando fui primavera
ofereço cores em semente
asas que polinizam as eras
raios de luz do sol poente

De quando me entendo por gente
parto do ponto pacífico
sempre contrário à guerra...

De quando me entendo por nada
farto do olhar magnífico
sempre ao encontro da Terra!



Nenhum comentário:

Postar um comentário