O leão ruge sobre a cruz do homem...
No coliseu lotado
vermelho sangue, luto preto
e dor...
A arena é das bestas,
feras tocando o terror...
Selvagens comemorando,
leões em pleno estupor!
Mas do campo dos mortos,
uma mão se levanta
e dois dedos em V
falam de algo a mais:
falam de amor e paz!
Uma capa azul,
uma bandeira branca,
e uma figura se agiganta:
ainda vive um gladiador!
Seu sangue também
é vermelho,
seu olhar, de vencedor,
faz os leões se calarem,
diante de seu valor!
Duas estrelas no escudo,
e o leão agora, mudo,
volta a sua realidade
de perdedor!
O clamor agora é outro,
uma vibração diferente,
que se rende,
logo à gente,
homem, gladiador,
super-homem, campeão,
azul, vermelho e branco,
trôpego, manco,
mas eterno ganhador!
E sobre o sangue
derramado,
depois da surra
e das mordidas
do leão,
eis ali, de pé,
representando uma paixão,
digno e honrado,
o atual e eterno campeão!
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