domingo, 13 de novembro de 2011

Quanto aos sonhos





Quanto aos sonhos
não tente traduzi-los
toda noite quando me ponho
esqueço o barulho dos grilos
mas embarco no primeiro veleiro
do porto das fantasias
Tudo é magia
no oceano dos sonhos
do pesadelo mais medonho
à mais impensável cenografia
a inexistência da noção do tempo
é apenas um exemplo
da improvavel sintonia
entre corpo, mente e espírito
não há protagonistas no templo
todos são meros figurantes
entre o depois e o antes
na dúvida da existência
todos se ajoelham
e pedem clemência
sem entender muito bem
por que fazem isso
parecem apenas estar
cumprindo um compromisso
mas, nem disso,
parecem ter certeza
não sabem se o altar
é uma mesa
não sabem se são crentes
ou omissos
não sabem diferenciar
maquiagem de beleza
e hábitos de vícios...
Quanto aos sonhos,
não tente reduzi-los
eles são grandes,
são intensos,
propensos a se expandirem
e, de forma natural,
se transformarem em vida,
vida real!

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