terça-feira, 15 de novembro de 2011

Drummond, Drummond....




Ah, Drummond,
você que era
irmão das palavras
sabia que brigar
com elas
era tão vão
quanto
querer calar
o coração....

E, no entanto,
toda manhã,
fazia pirraça,
teimava,
insistia,
fraternalmente
chamava pra rinha
estrofes inteiras
de uma poesia
quase sempre certeira
para todo mundo que lia...

Ah, Drummond,
Drummond,
simplesmente Carlos
leves passos
entre as montanhas
e o mar,
entre as manhãs
de sol de Copacabana
e a Minas
do fim de tarde...

Agora fica ali,
parado no calçadão,
como uma poesia
interrompida
pela contradição
da vida...
O Bronze fazendo
sombra no chão
colorindo
a dor em
preto e branco
com o velho silêncio,
lindo...

Lindo soneto de amor!
Fazendo ponte
entre os janeiros do Rio
em fervilhante calor
e as madrugadas de frio
da velha Belo Horizonte
fazendo rima
com a pedra que havia
no caminho da tua poesia
e tantas vezes
te servia
de cobertor!

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