quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cinco perguntas básicas




E o que dizer sobre a vida?
Energia pulsante, entre gestos e procuras, palavras e silêncios, desejos, verdades, beijos, vontades, doenças, descobertas, curas, encontros, desencontros, amizades, amores, sonhos, realidade, vestida, nua, assada, frita, cozida, crua, tanta troca, mãos estendidas, quantos sentidos, uma só direção...
E o que dizer sobre a morte?
Uma simples contra-mão ou a continuação merecida? Uma interrupção, um clique de descontinuidade, uma insanidade da criação... Ou uma contrariedade à toda razão?
Lágrimas, perguntas, saudades, gente que se abraça e que se junta, que diz adeus, que grita “não”, que declara sua paixão pela vida, justamente na hora em que a vida ganha uma outra dimensão...
E o que dizer sobre o tempo?
Companheiro solitário, curandeiro solidário, templário da ilusão...
Lança seus ponteiros no convívio diário que temos com a complexa dúvida entre o que fomos, o que somos e o que seremos...
De mãos dadas com a existência, sem nenhuma clemência o tempo avança, tem horas que chama pra dança, tem seu momento de solo, de colo, de dor, de esperança, como um irmão errante, cujo semblante é o que menos importa, mas a presença vale o infinito de um instante!
E o que dizer sobre a sorte?
Não basta ser forte, não basta ser reto, não basta o suor, não basta a luta. A sorte é uma experiente prostituta, que sabe vender-se tão bem, que não há receita, não se trata de merecimento, nem de sabedoria também. Sorte é uma designação imperfeita. Quem pode dizer que a tem? Somos tantos em cada um de nós que é impossível a sorte escutar cada voz.
Então, aqui e ali ela silencia, mais pra frente se faz companhia, depois é só nostalgia, entre os “azares” que não entendemos muito bem...
E o que dizer sobre Deus?
Primavera à nossa espera, jardim além de todo fim, certeza de uma mesa à luz de velas, um altar entre milhares de aquarelas a nos dar boas vindas com um sorriso na mão, um abraço nos olhos, uma ou outra questão, quem sabe um puxão de orelhas, um leve levantar de sobrancelhas, seguido de um cúmplice movimento em nossa direção nos fazendo sentir e entender, definitivamente, o significado das palavras: Amor e Perdão!

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