quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Agua turva



A água está turva
não vejo mais o fundo
não sei quanto é profundo
o poço depois daquela curva...

O chão me fugiu dos pés
e a lágrima escapou do olhar
a dor se transformou num mar
na terra do viés...

Não tenho nada a ver
com as coisas desse chão
meu lar está a léguas da canção
meu coração não se sacia
com a água de quem
só quer beber...

A curva passou
o vento foi muito além
do eco de um amém
perdido entre a avenida
e o palanque...

De cima do trio
eu vejo animais no cio
e entre corpos e gemidos
a vida balança
na ginga e na dança
de um povo perdido...

Não tenho nada a ver
com as coisas desse chão
meu lar está a léguas da canção
meu coração não se sacia
com a água de quem
só quer beber...

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