sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sagrada Família ou Santíssima Trindade?



Muito distante da brilhante inteligência de Santo Agostinho,
cuja vaidade o fez se achar capaz de explicar o mistério da Santíssima Trindade aos homens de seu tempo, proponho uma reflexão que, dezembro após dezembro, tem me feito pensar bastante neste assunto...

Será que existe uma representação mais perfeita para a Santíssima Trindade do que a Sagrada família?

Não sei bem se é porque sempre me incomodou bastante o fato de que as três figuras da trindade são masculinas, nominadamente o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas de um tempo para cá, sempre nesta época do ano e, sempre, arrumando o presépio daqui de casa, tenho me surpreendido pensando em como faria sentido que Maria fosse a encarnação da terceira pessoa da trindade, ou seja, o Espírito Santo...

Simbolicamente, é sempre um elemento feminino que empresta sua imagem à manifestação do Santo Espírito. Seja pela pomba que se manifesta a João Batista no batismo de Cristo com a significativa frase: "Este é o meu Filho bem amado..."; seja pelas línguas de fogo que aparecem para aquecer o coração dos temerosos discípulos,
o Espírito Santo se manifesta através de elementos femininos...

Não bastasse isso, o Espírito Santo também é conhecido como Paráclito ou advogado. Na Salve Rainha, como louvamos Nossa Senhora? "Ei-a pois, advogada nossa..."
Coincidência???? Pode ser...
Mas também seria coincidência o fato de Maria e o Espírito Santo dividirem o título de intercessores?

É interessante refletir, sobre o ponto de vista do fundamento cristão, que o Espírito Santo também é associado ao Amor, o infinito amor que une Pai, Filho e a Humanidade. Mais uma vez vale a questão: quem melhor personificou esta união, experimentando-a em seu próprio ventre? Maria!

Maria é amor puro, pleno, cheio de graça...
Maria é Espírito Santo em Corpo Imaculado...
Maria é presença inspiradora, para Jesus se manifestar em Caná!
Maria é família, é a Eva redentora, a nos transformar...

Pensando bem, Pai e filho precisam de uma mãe para realizar a humanização divina.
"E o nome da virgem era Maria..."
"E Maria é consultada e diz: SIM!"
"E todas as gerações a chamarão de Bem Aventurada..."
"E o Espírito de Deus pousou sobre ela..."
"E o verbo se fez carne e habitou entre nós..."

Ao assumir a condição humana, Jesus renova a aliança entre o Pai
e a humanidade. Aliança na qual Deus assume cada um de nós
como imagem e semelhança D´Ele...
Ele que é Pai, Filho e Espírito de Amor, Santo...
Alguém aí vai dizer que há expressão maior e mais santa
que o Amor de uma mãe por seus filhos?
Ou vai questionar o fato de que, se homem e mulher são imagem e semelhança
de Deus, nada mais justo que reconhecer o lado feminino deste Deus?

Imagem e semelhança... Alfa e ômega...
"Um mesmo Deus ao mesmo tempo é três"...
Pai e Mãe...
E Filho...

Há muitos sinais...
Quantas espadas traspassaram o coração de Maria? Sete!
Sete também são os dons do Espírito Santo...

Há um grande sinal...
Na noite de natal, há uma estrela a iluminar a escuridão,
fazendo reis e pastores se unirem na noite
para saudar o menino e seus pais...

A família trindade, sagrada e santíssima,
abre suas portas ao mundo e diz a que veio...

José, simbolo do Pai criador...
Maria, símbolo do Espírito de Amor...
Jesus, símbolo do filho Salvador...

Olhando o presépio, penso na trindade...
E algo me diz que o lado feminino de Deus
tem uma relação direta com tudo isso...

Pomba, Ave, Rainha da paz,
advogada, bendita, santa,
estrela da manhã...

Senhora, serva e Mãe do teu Senhor,
este Senhor é convosco!


Sopra, então, sobre nós
o teu espírito de amor...
E permanece bendita,
entre todas as mulheres,
e permanece santa,
entre todos os espíritos...
Amém!

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