Bem vindo(a)Você que chegou até aqui, sabe-se lá porque,receba um trago de poesia pra saciar sua esperança. Esta "choupana" oferece pouso a seus ideais. Fique à vontade. Não sei se vai achar nada demais. Mas se ao fechar a página, estiver mais leve, terá valido a pena! Pra onde você irá depois será um grande mistério Mas um pouco de mim vai te acompanhar e um pouco de você ficará. Gratidão por sua passagem.Vai com Deus! Todas as portas e janelas continuarão escancaradas, aguardando a sua volta!
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Dia de Finados...
Afinal, quem são os mortos?
Quem somos nós
que nos dizemos vivos
para celebrá-los?
Quem são os tortos?
De quem são os portos?
Quem se considera livre?
Ao contrário, quem se percebe cativo?
Quem se investe no direito
de incomodá-los?
Quem são os retos,
legítimos herdeiros do poder
de atravessar os desertos desvios
que separam vida e morte?
Quem são os santos?
Onde estão seus mantos vermelhos
que encobrem o mármore branco
das criptas?
Onde estão os coveiros?
Porque insistimos em procurar
vivos no meio dos mortos?
Porque insistimos em viver
como mortos vivos?
Entre artistas, legistas,
presuntos, defuntos,
cadáveres ou corpos,
tudo não passa de resto...
Pó voltando ao pó...
Manifesto de nossa condição passageira,
efêmeras existências,
essências decantadas entre sepultamentos
e cremações...
Mas realmente perdidas
na falta de memória das gerações
que ignoram as histórias bonitas
de seus ancestrais...
Finados...
Quem são mesmo estes tais?
São os que se foram
ou somos nós
quando perdemos a paz?
Celebrar que verdade, a da saudade?
Na Comunhão dos Santos,
mortos ou vivos,
sinais de esperança,
de luz depois do fim...
Sim, há um jardim,
há um sepúlcro vazio,
há um jardineiro sorrindo,
em algum canteiro,
de nossa falta de fé,
de entendimento...
Continuamos procurando...
Mortos entre vivos,
vivos entre mortos,
sem achar nenhuma resposta...
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