quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Filosofia barata sobre um tema caro



O que somos, afinal?
Uma página vazia a ser escrita
no cartório da existência,
entre certidões de nascimento e óbito?

Uma soma interminável de números,
entre registros, carteiras, cadastros,
extratos, repartições, sinistros,
títulos, cartões e lápides?

Somos apenas isso?

Temos nos reduzido a pó,
antes mesmo de retornamos ao estado original?
O que somos afinal?
É isso mesmo e só?

Se assim fosse,
o dom do pensamento
seria um presente de grego,
uma grandissíssima sacanagem
de um criador sádico...

Não, não podemos ser apenas isso...
Simples criaturas cujo limite é sua própria carcaça...
Não, definitivamente não...
Corpo é apenas armadura, escudo, diante da ameaça...

Há algo maior por dentro,
que precisa ser protegido...
Algo que não envelhece, não adoece,
e que faz todo o sentido...

Não, não precisa de religião,
não precisa de fé, apenas sentimento e razão,
pra entender o que a vida é...

Humanos, somos mais que estas frágeis carapaças,
somos complexos, há de se ter algum nexo pra sermos
diferentes do resto...
Basta um gesto e nos tornamos grandes,
basta uma palavra e nos tornamos história,
basta um sentimento e habitamos a memória...

O que somos afinal?
Máquinas de nascer e morrer?
Brinquedos perecíveis?
E estes pensamentos incríveis
que nos fazem percorrer
estradas tão fantásticas,
em frações de segundo?

Somos afinal, o que?
Verbos encarnados?
Servos limitados?
Escravos do tempo?
Senhores de nós mesmos?

O que é afinal você?
Na real, dá pra responder?

Enquanto o mundo gira,
você pode estar na mira sem saber...

Faça sua vida valer...

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