Quantas quarentenas?
Quantas pandemias?
Pra sair de cena
nossa hipocrisia?
Muito além da ilusão
de ter o controle de tudo
não existe carta na mão
não existe antídoto ou escudo...
Resta o isolamento
fica a solidão
o confinamento
a dor no coração...
Não é possível sequer
dizer adeus a quem se vai
O abraço se tornou
mais uma forma de saudade
De joelhos enfim
lembramos de Deus
E elevamos
uma oração de verdade
Cortes em centenas
Mortes em milhares
Sem distinção de credo, raças,
opção sexual, status ou lugares...
Todos somos alvos
e só na fragilidade
finalmente compreendemos
algo sobre a palavra igualdade...
Sem qualquer dilema
sem nenhum esquema
a coroa pode caber
em qualquer um de nós...
Mas quem quer erguer,
a própria voz nesta hora?
Quem vai querer o trono?
Quem quer ser o rei agora?
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