domingo, 9 de junho de 2019

Espírito Imigrante...



No vento vamos
Na brisa somos
No fogo, línguas
que todos podem
entender...
Nas asas, pomba
das nuvens, voz
a luz nas sombras
que ninguém pode
esconder...

Pares que encontram
seus lares
onde habitam
os que estão
longe dos altares
e perto dos bares
no refúgio dos simples
mortais humanos
que se sabem pó
que se sabem nó
cego a procurar
algo que escutou
de sua sábia avó
em alguma sala
do tempo onde
ela fazia tricô!

Inventos, planos
divisas, rumos
De novo chamas
que todos podem
ver...
Das casas, plantas
nas redes, sóis
a cruz vencendo as bombas
das guerras que ninguém
pode vencer...

E o Espírito
tentando nos defender...

Mares que se esvaziam
lugares
pra onde fogem
a água do leito dos rios
quantos hectares
de dores hospitalares
no incômodo dos pobres
virais, ciganos
que se sabem sós
que se sabem nus
imigrantes a testar
o que restou
de bom na humanidade
em algum templo sagrado
aonde caiba
algum Amor!

Invernos, danos
fronteiras, prumos
Um povo, um drama
que todos podem
viver...
Das coisas, mantas
nos corpos, frio
a dor vencendo as lutas
histórias de gente
a morrer...

E o Espírito
tentando nos defender...

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