Bem vindo(a)Você que chegou até aqui, sabe-se lá porque,receba um trago de poesia pra saciar sua esperança. Esta "choupana" oferece pouso a seus ideais. Fique à vontade. Não sei se vai achar nada demais. Mas se ao fechar a página, estiver mais leve, terá valido a pena! Pra onde você irá depois será um grande mistério Mas um pouco de mim vai te acompanhar e um pouco de você ficará. Gratidão por sua passagem.Vai com Deus! Todas as portas e janelas continuarão escancaradas, aguardando a sua volta!
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Padre Gino!
Num dia cheio de afazeres, entre algumas atividades bem corridas, recebi a graça de encontrar tempo para ir prestar minha homenagem à memória de Padre Gino, na sua missa de sétimo dia no Santuário Nossa Senhora de Fátima, no Vieira, hoje às 18:30.
Gino Raíssa era Diretor do Vieirinha na época em que cheguei para morar em Salvador com minha família. Era impressionante como ele tinha aquele colégio em suas mãos, com uma disciplina absolutamente impecável. Uma raríssima pessoa! Capaz de conseguir o prodígio de ter, ao mesmo tempo e sem nenhum esforço visível, um ar severo e uma mansidão no olhar, que lhe revestiam de uma autoridade inquestionável, longe de qualquer autoritarismo. Diria mesmo uma autoridade carismática! Inexplicável! Nunca o vi elevando a voz. O mesmo olhar que transmitia ternura e doçura, sabia ser incisivo quando necessário e impunha respeito, o que era mais que suficiente.
Na minha preparação para a 1ª Eucaristia Pró Lenice e Padre Gino foram sensacionais como orientadores e catequistas. Naquelas missas de preparação, no Vieirinha, ainda na Capelinha perto da sala de artes, aquela que tinha o Altar em forma de jangada, foram vários os ensinamentos,
exemplos e testemunhos de Padre Gino que ajudaram muito a formar minha consciência cristã. Com ele também fiz minha primeira confissão e seu acolhimento e bondade transfiguraram, pelo perdão, o Amor misericordioso do Pai para aquele garoto inseguro e amedrontado de confessar seus pecados para um padre, ainda mais o diretor da escola. Mas Padre Gino era um ser humano diferenciado. Extremamente reservado, conseguia ser simpático sem fazer força. Depois que foi transferido para o Piauí, onde também deve ter feito uma legião de admiradores e amigos, foi substituído na Diretoria do Vieirinha pela mesma e querida Pró Lenice e, em sequencia, alguns anos depois, pelo Prof. Renato. Quando minha filha estava no Vieira, já no Vieirão, soube que Padre Gino havia retornado e que estava no Santuário de Fátima, responsável pelo sacramento da reconciliação. Tive a alegria de me encontrar algumas vezes com ele e conversar um pouco. Ele sempre muito atencioso, discreto e econômico nas palavras. Mas absolutamente generoso no acolhimento e lúcido!Nestas oportunidades tive a chance de agradecer a ele por tudo o que aquele tempo de Vieirinha significou em minha vida. Com o mesmo riso entrecortado da foto acima, Pe. Gino imediatamente mudou de assunto, genuinamente constrangido com o elogio e a gratidão manifestada.
Semana passada, quando soube de seu falecimento no Ceará, mesmo lugar de onde também partiu Popó (Pe. Hipólito) um turbilhão de lembranças e emoções chegou pra visitar meu peito.Duas grandes pessoas, dois grandes sacerdotes, dois autênticos jesuítas. Hoje, ao chegar na sua missa de sétimo dia, com a simples intenção de prestar-lhe uma sincera homenagem, fui surpreendido com um encontro que me arrancou algumas lágrimas. Ali, naquele santuário onde, pela primeira vez tive a alegria de receber o corpo e sangue de Cristo, estava também minha catequista e professora de religião, Lenice. Comungamos a celebração da memória e da vida de Padre Gino com lágrimas nos olhos e muita gratidão! Mais que um reencontro muito feliz, um presente enviado por ele,
sem dúvida alguma. Ao final da celebração nos abraçamos com muito bem querer e muita fé! De alguma forma cada um reconhecendo no outro traços muito fortes de um amigo comum que deixará muita saudade! Sem tristeza! A certeza de que Gino Raíssa é cidadão do céu é muito maior que qualquer sentimento de perda.
Ao me desalojar, num dia tão corrido, e ir até a missa, pensando, na minha humana pequenez, que estava fazendo um gesto de desprendimento em forma de homenagem, recebi muito mais do que levei, como normalmente acontece quando nos propomos a servir e amar o próximo! Como foi bom e importante eu ter estado ali! Momentos únicos e muito especiais que renderam a inspiração para este pequeno manifesto à memória de alguém que, como poucos, cumpriu silenciosamente sua missão aqui na Terra e agora, em uma outra dimensão, recebe o merecido reconhecimento por tudo o que fez e deixou como legado de santidade.
Um grande privilégio conhecer este verdadeiro homem de Deus!
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