sexta-feira, 19 de junho de 2015

Anna!


Passei o dia hoje com vontade de escrever em sua homenagem, Anna, mas não consegui parar. Só agora, perto da meia noite arranjei um tempo pra colocar no papel um pouco da saudade que senti o dia todo e da falta que sua alegria e sua fé fazem ao mundo!
Mas o que dizer de uma pessoa cuja lembrança faz lembrar suspiro? Não só pela sua doçura, mas pela capacidade de deixar a vida das pessoas mais saborosa, derretendo-se em segundos preciosos, inexplicavelmente inesquecíveis...
Não bastasse ter me presenteado com a mulher que escolhi como companheira de vida, com meu mais afinado parceiro de música e com amigos que se tornaram irmãos, Anna, você me concedeu o privilégio da convivência!
E acompanhando a sua rotina pude ir percebendo e sentindo o ser humano tão especial que você sempre foi!
Nunca tivemos nenhum entrevero na folclórica relação de sogra e genro... Talvez porque desde sempre você tenha me adotado como filho e eu a adotado como segunda mãe!
Com você chorei a saudade de Levy e outras perdas...mas como sorrimos e nos divertimos juntos! Como as coisas do dia a dia ganhavam leveza com seu humor jovial e sua cabeça aberta....
Sempre me senti tão à vontade com você, que nunca houve um assunto proibido, algum tema que não pudesse ser conversado ou discutido na sua presënça, invariavelmente bem humorada e cúmplice!
Seu testemunho diário de fé nas coisas mais simples como a repetição da mesma oração antes das refeições (haja liberalidade de dons concedida pelo Senhor), o amor pela comunhão diária e pelo terço, a preocupação e ocupação com as coisas de Deus, tudo isso, Anna, feito da forma mais simples e espontânea, foi um grande aprendizado que a sua própria liberalidade nos concedeu!
Entre trotes e piadas, cúmplices desabafos sobre as coisas erradas que compartilhávamos sobre nossa igreja, comentários e conversas sobre família e mistérios do Pai, sua presença foi se tornando cada vez mais marcante em minha vida!Seu exemplo de aceitação e de fé durante toda a sua viuvez é algo registrado em mim de maneira muito intensa!
Nos seus últimos anos de Vida terrena tive a honra e o privilégio de acolhê-la aqui em casa e testemunhar a sua força e a sua fé em cada passo do seu "calvário". Dia após dia você nos surpreendia com seu espírito renovado num corpo cada vez mais fragilizado!
Quase cinco anos depois de sua partida, Anna, presença e saudade continuam muito vivas em nossas vidas! Celebrando hoje a data que marcaria seus setenta e nove anos por aqui, fica o gigantesco vazio que a falta de sua gargalhada inesquecível nos faz...
Como agradecer por tanto que você nos deu? Por tanto que você nos ofertou na sua celebração diária da vida? Seguindo em frente, com fé, tropeçando e caindo, sempre lembrando de sua palavra doce como um suspiro, a nos mostrar e lembrar do Caminho!
E por falar em suspiros, hoje, aqui em casa, resolvemos celebrar seu aniversário com um pote deles! Bem parecidos com aquelas latinhas que você tinha sempre às mãos quando queria tornar a vida de alguém menos amarga...
Aquelas latinhas simbolizavam suas próprias mãos, mágicas na arte do preparo das mais deliciosas iguarias, servidas sempre com tanto carinho e amor a quem se chegasse em sua mesa... Como poucas pessoas, Anna, você transformava a mesa de cada dia em altar e o lar de todo dia em Igreja, onde silenciosamente oferecia o sacrifício da sua entrega e da sua lida diária!
Hoje tem festa no céu, sem dúvida! Festa confeitada com sua doçura e seus inúmeros talentos! Tem festa aqui na terra, também! Festa de sentimentos!
Saudades, lembranças, emoção, gratidão, alegria, esperança!
Esperança de um dia nos reencontrarmos e, novamente, celebrarmos a vida num brinde de boas risadas!
Parabéns Aninha! Sua vida é digna d aplauso!

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