sexta-feira, 25 de julho de 2014

Duas mil!




Hoje chegamos a 2000 publicações neste blog.
Mais que um grande desafio diário, uma absoluta necessidade...
Inspiração é estado de cio, vontade de virar pavio e colorir a pólvora, sem perder a meada e o fio, preencher o papel vazio e esvaziar por dentro o imenso rio, até uma nova enchente interromper o estio!
Naturalmente!
Mente e coração de mãos dadas, passeando nos caminhos das palavras...
Prosa e verso são estradas, margeadas por vivências e ausências, silêncios e reflexões, pessoas e situações, um pouco de tudo e um tanto de nada...
Desde o primeiro texto até a última poesia, a vida que contagia, pulsando na cor, no cheiro, no sabor e no tempero, na textura e na harmonia, sons, toques, abraços, traços, encontros, abraços, nos passos da criação...
Manhãs de sol, tardes de mormaço, noites de lua nova, velha musa da trova, tempos de suor, horas de cansaço...
Tudo se traduz em passeios pela escrita, essa arte bendita que recebi como dom...
Da graça de uma história à eternidade de um instante, heis-me aqui, às vezes sóbrio, às vezes delirante, sempre a me declarar um incansável amante das letras e sinais...
Estava escrito, está descrito, sempre será infinito o universo das relações verbais...
No início eram desenhos, até sairmos das cavernas e contemplarmos a luz! Depois vieram os papiros, seguiram-se os pergaminhos, os papéis, as cartas, os livros, os documentos, os telegramas, o fax, o e-mail, as mensagens portáteis, da celulose aos celulares, e o verbo ganhou carne, músculo, estrutura, a escrita virou escritura, a letra, literatura!
E o que move um reles menestrel a escrever, sem nenhuma pretensão de ser maior do que de fato é?
Esta fração de segundo entre o fato e a emoção que revoluciona seu próprio mundo e dá vazão ao milagre de transportar para a escrita tudo o que sua alma grita, sem medo de se expor...
Que força tornaria isso possível, senão o Amor?
Por isso amo, de fato, este ofício, este vício, esta missão de escrever...
De colocar pra fora cada princípio, cada meio e cada infinito que aposto em percorrer!
De me colocar a serviço das ideias e ideais que me movem, das pessoas e momentos que me comovem e pelos quais vale a pena viver!
A Deus minha eterna gratidão por este desassossego...
Nada em mim é só meu que não valha este desapego...
E a quem por aqui caminha, entre uma e outra poesia, oferecendo generosamente sua atenção às minhas humanas verdades, meu obrigado de coração...
O papo, inverso, seja em prosa ou seja em verso, é sempre melhor com presença de irmão...

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