Assim foi dito:
"Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." (Gênesis 1,28
E para isso fomos agraciados com a inteligência, a racionalidade!
Mas este dom não veio sozinho...
E uma de suas más companhias é a vaidade...
A vaidade encheu o peito de orgulho e levou muito a sério esta coisa de "dominar e submeter a terra".
E foi crescendo, se agigantando, até o ponto de superar a inteligência e a racionalidade, transformando submissão e domínio em destruição...
E a vaidade começou a destruir a Terra!
Pior. A vaidade não permite que os olhos se abram à razão!
E os peixes do mar estão se extinguindo...
E as aves no céu estão rareando...
E os animais da terra se reduzindo...
E o mar e o céu se acinzentando...
E o planeta morrendo, de mãos dadas com a racionalidade e a inteligência humanas...
E a vaidade sorrindo: se achando!
Inflada no seu orgulho egocêntrico, não percebe, e não quer que ninguém perceba, que tudo está se desequilibrando!
Apesar dos sinais, apesar das profecias, apesar das previsões, simplesmente continuamos!
O incrível é que a catástrofe ambiental que estamos produzindo é uma das poucas coisas com a qual concordam religião e ciência...
E, mesmo assim, simplesmente continuamos!
Crescendo, nos multiplicando, dominando, submetendo...
Não mais só a terra, os peixes, as ave, os animais...
Dominamos e submetemos a nós mesmos, aos nossos iguais...
São semelhantes nossos que se arrastam pela terra à procura de água, comida e razão...
Dominação!
Desconstrução!
Destruição!
Alheia à toda criação e à toda evolução, a racionalidade involui, dominada pela vaidade!
Vivemos por um futuro sem sentido!
A visão deu lugar ao cego? Faça-se a escuridão!
A audição deu lugar aos surdos? Faça-se a ignorância!
O paladar deu lugar à gula! Faça-se o insaciável!
O olfato deu lugar à podridão! Faça-se o insensível!
O tato deu lugar ao virtual! Faça-se o intocável!
E continuamos a destruir:
o abraço, o diálogo, as famílias, os sonhos, a fé...
Até que, novamente, quando só houver trevas,
após uma profunda e cuidadosa reflexão,
Deus resolva refazer a criação e,
revisando cada tom de céus e mares azuis,
repita confiante: "Faça-se a Luz!
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