quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Entre girafas e gigantes




Pobres crianças indefesas no navio errante.
Entre girafas e gigantes, cercadas por mamíferas libélulas saltitantes,
à mercê dos desvarios atlânticos de uma trupe recreativa...
Ativa ou passiva?
Vá saber!
Pobres crianças abandonadas em clubinhos, entre viajantes daninhos,
carnavalescas criaturas, caricaturais figuras impostas,
como indesejados vizinhos cutucando em suas costas...
Imposição ou diversão?
Vá saber!
Girafas, gigantes, elefantes, garrafas, entre dezenas de animais silvestres,
eqüestres galopes ou trotes, coreógrafos itinerantes, entre portos, mortos,
amorfos guardiões da indiferença alheia, esperando o barco encalhar na areia...
Seleção ou negação?
Vá saber!
Onde está o João Victor? Chorando em algum canto o adeus dos que se foram?
Embriagado ou sóbrio?
Refestelado ou digno?
Vá saber...
Pobres crianças indefesas na imensidão errante do navio...
Entre olhares sombrios de indisfarçável suspeita, alguém espreita no navio...
Quem serão os loucos que as entregam assim, de boa vontade, nas garras insaciáveis dos “momescos senhorios”?
Vá saber!
Enquanto o navio balança entre as ondas, entre danças e brincadeiras, alguém sonda numa esteira, se pode haver algum desvio entre aqueles que cuidam das crianças no navio...
Pensamento vil...
Ou não?
Vá saber!
Foi-se o tempo das senhoras e suas histórias, dos soldadinhos de chumbo e da tranqüila sensação de cuidado e proteção...
Os clubinhos viraram “clubbers”, o navio está no cio, mas ninguém parece prestar atenção...
Haja corda para o pavio...
Um grande feriado, alguns protocolos quebrados e não se espante:
O comandante bem que pode ser uma girafa ou um gigante!

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