domingo, 6 de março de 2022

Tempos diversos em versos atemporais




Há um tempo para tudo!
E este tempo não nos pertence...
Apenas fazemos parte dele...
Somos passageiros, conduzidos por suas mãos...
O tempo é preciso...
Possui uma misteriosa exatidão...
A perfeição de seu ritmo é uma provocação à nossa ansiedade...
A repetição de seus ciclos é uma desconstrução de nossas vontades...
Nossas certezas podem ser abaladas em segundos...
Nossas verdades podem ser renovadas em minutos...
Sonhos e planos podem se realizar ou desfazer 
sem que a gente sequer consiga entender sobre a nossa hora!
Há o tempo de ir e o de chegar...
Tempo de calar e de se abrir...
Tempo de nascer e de morrer...
A cada instante...
A todo momento...
De um livro da estante à escuta de um lamento...
Do carvão ao diamante, da alegria ao sofrimento...
Há um tudo no tempo!
Um tudo que é graça...
Um tudo que transpassa...
Um tudo que abraça...
E, simplesmente, passa!
Há o tempo da razão!
E o da intuição...
Da escrita e da ação...
Dos fatos e da inspiração...
Tempo para a poesia...
Tempo para a conversa...
Tempo da espera...
Tempo da conexão...
Há o tempo místico!
Há o tempo quântico...
Há o tempo Crístico!
Há o tempo semântico...
Intervalos inequívocos...
Subliminares sensíveis...
Métricas improváveis...
Intercessões invisíveis...
Tempos indecifráveis
em harmoniosos cânticos...
E instantes inconfessáveis
em absurdos românticos...
Há os períodos inférteis
e as soluções do esperanto
labirintos pragmáticos
emblemáticos espantos...
Um tempo necromântico
de profecias desnudas
pacificamente atlântico
em vagas ondas polpudas...
Há o tempo de ser...
o tempo de estar...
o tempo de partir...
o tempo de deixar...
Deixar-se ir...
Fluir...
No tempo verbal 
mais bonito
conjugar a vida real
com o infinito...
Conceder-se o direito
de comungar a Verdade
e, sabendo-se desfeito,
refazer-se na eternidade!  

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