segunda-feira, 2 de julho de 2018

A triste vida de quem só escuta e vê o que quer....




Os fanáticos que me desculpem, mas não se constrói uma verdade com uma só versão dos fatos...
O mundo tem se dividido por não saber escutar...
E ao não escutar, tem desaprendido a acolher...
É o ultra-radicalismo dos que não podem se frustrar...
O fundamentalismo ganhando corpo e se tornando um monstro....
Um monstro parindo vários monstros...
Passando por cima de pessoas, de grupos, de religiões, da cidadania...
Bandeiras de partidos sendo mais importantes que a de um país...
Assuntos pessoais sendo mais importantes que a união dos grupos...
Adultos agindo como jovens, jovens como crianças, adultos como crianças, numa "torre de babel" contemporânea na qual ninguém se entende, ninguém sequer procura se entender...
Distante disto tudo o eremita contempla um mundo do qual não faz parte, nunca quis fazer...
Tudo é motivo pra disputa, pra competição, pra imposição...
A verdade SEMPRE está TODA com alguém...
Não há meias verdades, não há erros, só acertos!
Não há, na mente destas pessoas, espaço para imparcialidade, para justiça...
Há o contra e o a favor!
Quem discorda de mim é contra mim...
Quam concorda comigo é a favor de mim...
Não há espaço para o contraponto...
O fundamentalismo competitivo se impõe e impõe seus mandamentos...
Aceite-os ou busque sua caverna...
E lá se aproxime da verdade ao se distanciar de si mesmo...
A era do selfie chegou sem espaços para exceções...
Ter! Ter razão! Ter poder! Ter posição! Ter imagem! Ter! Ter, ter!
Ser mesmo o que?
A antítese de si mesmo?
Entre ser convicto ou ser invicto, ah...
Não posso perder!
E quem vai crescer, sem se frustrar?
Quem vai viver sem perder?
Horas de estudo, noites de sono, dias mais tristes, tardes de outono...
A natureza perde...
Para amadurecer!
Mas quem quer escutar o que a natureza tem pra dizer?
Meu diploma, meu conhecimento, minha fé, meu aprofundamento, meu salário, meu merecimento...
Sério mesmo que são estes os argumentos?
Longe de tudo isso o poeta busca o viço de seu sentir diferente e se afasta de gente que insiste em querer...
Querer ganhar, querer ter mais, querer somar, querer tudo o que traz a felicidade mais efêmera...
Uma verdade tão restrita...
Maldita na falta de respeito a si mesmo...
Tanta besteira sendo dita...
Tanta gente chorosa e aflita...
E, no final, a leve sensação de ter perdido o prumo, ter perdido o rumo...
A escrita tem um sumo muitas vezes amargo de sorver...
Aos vencedores o prêmio fugaz da razão que amanhã não será mais...
Aos perdedores o prêmio da oportunidade da paz...
No mais, a erva daninha vai ganhando o muro...sabotando o futuro...
De vez em quando o eremita a poda, prepara e oferece uns chás...
Um brinde a quem sorrir mais!

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