Pares de um Deus ímpar...

Aos pares, se despojaram de seus calçados...
E juntos se colocaram à disposição, com todas as suas diferenças...
Entre formas, cores, estilos e tamanhos tantos, formaram um só compromisso...
E de pés descalços se colocaram a serviço...
Não saberiam se reconhecer por esta ou aquela característica individual...
Reconheciam-se pela unidade que formavam quando estavam unidos...
De repente, tudo fazia sentido!
A quem importaria as marcas que estavam usando?
Bastava a cada um saber que suas pegadas trilhavam o mesmo destino!
Juntos estavam a caminho...
Juntos batalhavam a construção do reino...
Um colado ao outro, em silenciosa união...
Sempre de mãos dadas e, por que não, agora de pés também na mesma direção?!
Ao desnudarem seus pés, tocaram com eles o mesmo solo e ali fincaram raízes...
Quem disse que o sonho acabou?
O sonho é bem real por aqui...
Todos acreditam num mundo melhor!
Todos conectados e reconectados pelo sonho do Amor!
E seus calçados, aos pares, ligados entre si, falam do Deus da simplicidade...
O Deus que sabe que não é fácil servir...
Cantam os pés descalços postos em serviço...
Se fazem presença pela oração! E pela ação!
No início e no fim de tudo são apenas luz!
Luz num mundo de sombras...
Luz numa tela de azuis...
Luz que convida luz para dançar...
Sal que convida sal pra temperar...
Sal da Terra, Luz do mundo!
Aos pares, se despojaram...
Corpo e alma, mão e aliança, sim e cumplicidade...
Individualidades engatinhando no desafio de ser par!
E como sal e luz se reconheceram e se reconectaram...
E como luz e sal deixaram Deus dançar...