Bem vindo(a)Você que chegou até aqui, sabe-se lá porque,receba um trago de poesia pra saciar sua esperança. Esta "choupana" oferece pouso a seus ideais. Fique à vontade. Não sei se vai achar nada demais. Mas se ao fechar a página, estiver mais leve, terá valido a pena! Pra onde você irá depois será um grande mistério Mas um pouco de mim vai te acompanhar e um pouco de você ficará. Gratidão por sua passagem.Vai com Deus! Todas as portas e janelas continuarão escancaradas, aguardando a sua volta!
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Velho Chico ( em homenagem a Domingos Montagner)
Ah, o rio...
O Velho Chico e um vazio...
Nem um pio nas margens silenciosas,
respeitosas pelo luto e pelo estio
do artista que partiu...
O rio...
Desfigurado, misterioso,
inconformado, perigoso...
Revelado e exposto
na realidade e na ficção...
O rio, o artista, o homem
a definitiva transposição...
Do personagem principal
ao mártir real,
transpor-se pelo rio
foi mais que um simples grito
contra o assoreamento
que há tantos e tantos anos
ecoa pelo seu cânion infinito...
Muito mais que um grito,
um manifesto,um lamento!
Íntegro, assustador,
trágico, maldito...
Ou seria bendito?
O mergulho na história,
além do texto,
nos faz também
transpor o contexto
e encontrar a plenitude
até mesmo no maior
dos vazios!
Mais que uma passagem, um rito!
Uma comunhão perfeita
entre a humanidade e a natureza,
na luz e na beleza
de alguém que em tudo
que abraçava, parecia convicto!
Sim, uma surpresa...
Uma desagradável surpresa...
Nunca é fácil transformar
o homem em mito!
Mas o rio, o Velho Chico,
deve ter lá algum motivo
pra transformar em saudade
um dos seus personagens
mais bonitos, mais vivos!
O Santo
(nem precisa tanto),
o cara dos anjos,
o homem dos índios,
a personificação do bem,
do certo,
do bom pai,
do bom filho,
do bom espírito,
entrega, num mergulho,
o próprio espírito
e passa a fazer parte,
eternamente,
da essência do rio,
da causa do Velho Chico!
Ah, Velho Chico...
Se todo este ocorrido
foi por estar se sentindo vazio,
não precisava que a enchente
desta vez fosse de lágrimas,
como na lenda do seu início...
Não precisava que o pedido
de socorro chegasse a este extremo...
Ah, Velho Chico,palhaço vadio,
precipício baldio que mais uma vez
dita a sorte e transforma,
em seu leito de morte,
o imenso vazio e insensatez
em pequenina esperança...
Quem sabe este sacrifício,
este drama em pleno ofício,
não transforme a dor em exercício
de uma causa maior?
Quem sabe, dia desses, este rio,
volte a estar vivo de novo!
Quem sabe, por um destes,
Domingos,
chamados a vestir o seu manto,
Velho Chico,
você volte a ser o rio,
fonte de alimento sadio
pra seu povo...
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